quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

A RENÚNCIA DO PAPA.


Prof: Alex Vaz Cardoso
    A repentina renúncia do Papa bento XVI, deixou a comunidade internacional perplexa, assim como milhões de católicos mundo afora.
    Bento XVI, com a idade avançada, e problemas de saúde se deparou com os recentes escândalos, envolvendo a alta cúpula dentro do Vaticano, e sua disputa interna pelo poder, assim como a divulgação de documentos sigilosos, que apontam a ligação das instituições financeiras da Santa Sé, com a máfia italiana; e creio que isto veio a precipitar a sua decisão, de abdicar do poder.
     Nestes anos que Bento XVI, esteve a frente da Igreja Católica, foram marcados por sua visão conservadora, baseada numa profunda visão tradicional, de uma igreja dos tempos medievais, onde esta servia de juízo moral, aos cristãos. O Papa, amarrado por seu conservadorismo, e falta de disposição para dialogar com as diferentes correntes de pensamento, se viu pouco capaz, para pensar os rumos da Igreja Católica, frente às enormes transformações culturais, deste período histórico.
    O Cardeal J. Ratzinger, que se tornou o Papa Bento XVI, mostrou-se marcadamente, ao longo de sua trajetória como teólogo, de posição conservadora, diante dos dilemas, enfrentados pela igreja nas últimas décadas. Deve-se lembrar, que o então Cardeal fez uma dura oposição às alas progressistas, principalmente aquelas que procuram dentro da igreja, uma atitude de ação política afirmativa, em relação aos milhões de seres humanos que se encontram na miséria e opressão.
    A igreja Católica, e seu governante incontestável, o Papa, são de grosso modo, a representação de um modo de governar absolutista, que remonta aos antigos imperadores romanos, cerca de dois mil anos atrás.   A Igreja soube muito bem ao longo de quase vinte séculos de existência, aproveitar das transformações políticas e culturais, para afirmar ou expandir seu poder; entretanto, a defesa de sua postura absolutista e conservadora, no momento, em que vivemos num mundo democrático, faz com que a Igreja Católica, fique cada vez mais isolada culturalmente, e a enorme perda de seus seguidores, que migram principalmente para igrejas evangélicas, as quais encontram um universo cultural, próximo de suas aspirações.
      Muitos católicos anseiam que o sucessor deste último Papa, troque o poder absoluto,  pelo diálogo e a conciliação; busque menos poder e mais compaixão com os sofredores; pois deste modo, talvez a Santa Sé seja capaz de sobreviver até o próximo século.

Prof. Alex Vaz Cardoso.

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